TCM REJEITA, MAS POR 12
VOTOS A 4, VEREADORES ABSOLVEM O EX GESTOR
Em plena quinta-feira, 19 de
fevereiro, ainda Carnaval em Porto Seguro, a Câmara Municipal realizou sua
segunda sessão do ano. Mas engana-se quem pensa que foi só a vontade de
trabalhar que levou os vereadores a se reunirem em dias de festa na cidade. O
interesse maior dos edis estava no conteúdo da pauta: a votação das contas do
ex-prefeito, Gilberto Abade.
E foi dessa forma que
aconteceu. Com poucas pessoas no auditório do Legislativo Municipal como
testemunhas, as contas do ex-gestor foram aprovadas com votação expressiva de
12 a 4, desconsiderando parecer técnico e contrário do Tribunal de Contas do
Município – TCM.
Como a votação é secreta e
por isso não se tem a certeza de quem votou em quê, mesmo tendo quatro
vereadores que declararam suas posições antes da votação, durante o pequeno
expediente. Todavia, ao que tudo indica, os vereadores Aldair Silva Andrade,
Benedito Pereira Alves, Antônio Miguel Ballejo e Marcos Antonio Rodrigues foram
contrários a conta do ex-gestor. Apenas o vereador Aleandro Santos Silva estava
ausente e por isso sua ficha de votação foi rasgada durante a sessão.
Para o vereador Miguel
Ballejo, a mesa diretora perdeu uma grande oportunidade de ter mais público na
Casa, para uma votação importante como essa. “A mesa foi eleita e esperávamos
uma grande mudança, mas em sua primeira decisão expõe um assunto de tamanha
importância numa quinta-feira de Carnaval prolongado no município. Eu não
questiono a legalidade do ato, mas a oportunidade que foi perdida de termos
mais pessoas na Câmara para um assunto como tal. Vou votar contra as contas,
seguindo o parecer do TCM, porque sei das irregularidades e o que a prefeitura
deixou de cumprir na ocasião, como os processos de contratações e licitações”,
repudiou o edil.
O vereador Marcos Rodrigues
também questionou a rapidez que a votação entrou na pauta. “Só tive acesso a
pauta de reunião ontem à noite. Fui aliado e beneficiado pelo ex-prefeito nas
indicações de obras na gestão anterior, mas não tenho obrigação nenhuma de
votar nas contas que foram rejeitadas pelo TCM. Foram irregularidades nos
processos de licitações e em seu último ano de governo deixou até de pagar o
funcionalismo público. Fui aliado sim. O ex-prefeito fez coisas boas, mas um
erro não justifica outro. Voto a favor do parecer do TCM”, considerou.
Depois da votação, o
vereador Benedito Pereira ainda protestou, acreditando haver rasuras na ficha
de votação. No entanto, a mesa diretora logo se manifestou, mostrando que o
fato não havia comprometido qualquer voto sequer.
O presidente da Câmara, Élio
Brasil, disse que seguiu o regimento interno e cumpriu todo o regulamento da
Casa, acordado com o Ministério Público, no que se refere ao prazo de até 18h
para divulgar a pauta da sessão.
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