OS CASOS LEVARAM A
PREFEITURA A INSTALAR PLACAS ADVERTINDO OS BANHISTAS PARA O RISCO
Esta matéria é mais um alerta para situações em que pessoas mal informadas ou desprovidas de senso de responsabilidade, transportam espécies de um lugar para outro, sem pensar nas consequências do ato. Já é comum em vários locais do país, pessoas serem surpreendidas por ataques de piranhas em locais inconcebíveis.
Pelo menos oito pessoas ficaram feridas após sofrer
ataques de piranhas na Prainha Municipal de Populina, região norte do Estado de
São Paulo. Com ferimentos nos pés, pernas e mãos, as vítimas foram atendidas na
Santa Casa da cidade. Os casos, registrados entre o ano-novo e o último sábado,
2, levaram a prefeitura a instalar placas advertindo os banhistas para o risco.
A prainha fica no Rio Grande, na divisa entre os Estados
de São Paulo e Minas Gerais. De acordo com a secretária municipal de Saúde,
Rafaela Fernandes de Souza, o número de vítimas pode ser maior. “Temos registro
apenas dos casos que exigiram atendimento médico, em que a mordida do peixe
tirou pedaço ou causou ferimento mais profundo.”
A cidade é pequena, com 4,2 mil habitantes, mas, segundo
a secretária, a prainha atrai turistas de toda a região. A prefeitura instalou
quiosques e estrutura para os visitantes. “Não interditamos o local, pois ali
moram pescadores que dependem do rio para sobreviver.”
No ano passado, houve registro de ataques esporádicos de
piranhas em prainhas de Adolfo e Anhembi, cidades banhadas pelo Rio Tietê. De
acordo com o biólogo Bruno Benhocci, especialista em peixes, o fenômeno pode
estar relacionado à estiagem dos últimos dois anos que reduziu a oferta de alimentos
para a fauna aquática.
Banhistas que frequentam prainhas de água doce geralmente
levam alimentos que, em muitos casos, vão parar na água, atraindo os peixes. No
ano passado, no auge da crise hídrica, ocorreram ataques de piranhas até a
viveiros de tilápias na Represa de Jurumirim, no Rio Paranapanema.
A espécie que está atacando é conhecida como pirambeba,
ou piranha-branca. Em anos anteriores, houve mordidas em série no balneário
municipal de Rancharia, no oeste paulista. A solução encontrada pela prefeitura
para amenizar o problema foi realizar campeonatos de pesca, premiando quem
fisgasse o maior número de piranhas.
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