Manoel Silva Rodrigues foi
detido na Espanha com 39 quilos da droga. Militar da aeronáutica morava em Taguatinga
e estava em comitiva de apoio ao presidente Jair Bolsonaro
O segundo sargento da
Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, –preso no aeroporto da
Espanha por transportar 39 quilos de cocaína na bagagem – tinha uma vida
modesta e morava há 21 anos no Distrito Federal.
Natural do Tocantins,
o militar foi detido em 25 de junho, na cidade de Sevilha, ao desembarcar do
avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele fazia parte da comitiva do
presidente Jair Bolsonaro ao Comitê do G20 no Japão.
Morador de
Taguatinga, região a quase 30 quilômetros de Brasília, Rodrigues comprou um
apartamento em um condomínio do DF em 2017. O imóvel é avaliado em R$ 180 mil.
O sargento também tem uma moto e um carro registrados em nome dele.
Sargento que levou
cocaína em voo da FAB pode pegar 15 anos de prisão na Espanha.
Militar preso com
cocaína na Espanha, em comitiva de apoio de Bolsonaro, No Portal da
Transparência da Controladoria-Geral da União, o militar aparece como vinculado
ao Comando da Aeronáutica, com salário de R$ 7,2 mil.
Agora, preso, ele
aguarda julgamento em uma penitenciária espanhola. A reportagem não localizou a
defesa do sargento.
Vida investigada
O sargento Rodrigues
teve a vida investigada pela Inteligência brasileira antes de entrar para o
Grupo de Transporte Especial da FAB, em 2010.
Ele se mudou para
Brasília em 1998. Em 2000, começou a trajetória na Aeronáutica. Quatro anos
depois, Rodrigues prestou o concurso da FAB para taifeiro – profissional
dedicado ao serviço de copa, mesa e camarotes oficiais. O militar foi aprovado
em 6º lugar.
No ano seguinte, em
2005, fez o curso de formação de comissário de bordo.
Repercussão
Ao comentar a prisão
do militar suspeito, o vice-presidente da República, Hamilton
Mourão (PRTB), disse que o sargento "serviu de mula qualificada para
o tráfico".
"É óbvio que,
pela quantidade de droga que o cara estava levando, ele não comprou na esquina
e levou, né. Ele tava trabalhando como mula, uma mula qualificada, vamos
colocar assim."
Já o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) pediu punição exemplar. Ele voltou a
dizer que lamentava o fato da prisão não ser na Indonésia – país que
adota a pena de morte para traficantes de drogas.
"Jogou fora a
vida dele, jogou na lama o nome de instituições, prejudicou o Brasil também um
pouco, mas acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição",
disse o presidente.
"Lamento todo o
ocorrido. Meu grande lamento é que não foi na Indonésia. Seria um grande, mais
um exemplo, não basta o [Marco Antônio] Archer no passado, seria mais um
exemplo agora. Mas tudo bem, segue a vida"
Durante a fala,
Bolsonaro se referiu a Marco Antônio Archer, executado na Indonésia depois de
ser flagrado com cocaína.
Agora, o inquérito
policial militar aberto pela Aeronáutica investiga se esta foi a primeira vez
que Rodrigues transportou drogas usando um avião da FAB ou se mais algum
militar o ajudou nessa tarefa.ida simples
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