Ministério da Saúde alerta para aumento de óbitos por afogamento
Entre 2010 e 2023, foram
registradas mais de 71 mil mortes por afogamento em todo o país. A maior recorrência é entre
crianças e adolescentes.
Segundo o Ministério da Saúde, no
período analisado, 12.662 casos (17,7%) envolveram adolescentes de 10 a 19
anos. E 5.878 (8,2%) tiveram como vítimas crianças de
1 a 4 anos.
A cidade de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, é cercada de represas, riachos e o famoso Rio Buranhém, ou simplesmente, Rio do Peixe, que passa em vários pontos do distrito da Colônia (zona rural do município), preferido pela maioria das pessoas.
O Rio do Peixe é um rio enganador.
Suas águas aparentemente calmas, escondem um perigo real, com corredeiras e
redemoinhos em áreas de pedras.
Ao longo dos anos, várias pessoas foram
vítimas fatais de afogamentos nesse rio e também em várias represas que cercam
a cidade, incluindo o famoso Parque Gravatá, local prazeroso para passar um
domingo ou praticar caminhadas e até mesmo esporte aquático.
Pessoas simplórias e mal informadas
frequentam essas águas sem a menor preocupação com o perigo, simplesmente por
desconhecerem os riscos, e é aí que mora o perigo.
Aos domingos e feriados, várias
pessoas, incluindo famílias inteiras, vão se divertir. Aliado a isso, ainda
existem os riscos de acidentes de trânsito, na estrada asfaltada que liga Eunápolis
à Colônia.
Mortes recentes:
No domingo, 19/10/2025, a
pré-adolescente “especial” Jhemilly Araújo de Jesus, de 13 anos, começou a se afogar
no citado rio. O jovem Delmar Soares de Souza Filho, de 22 anos, não se
importou com os riscos e num ato de extremo heroísmo, enfrentou as fortes
corredeiras das águas, tentando salvar a criança. Infelizmente os dois pereceram.
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| Delmar Soares de Souza Filho, morreu vida tentando salva a pequena Jhemilly / Foto: Redes sociais |
Os corpos foram retirados do rio
por populares e levados do local, em carro particular. No caminho, encontraram
os socorristas do Corpo de Bombeiros e SAMU, que apenas, (infelizmente) constataram
os óbitos.
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| Jhemilly era uma criança especial. |
No mesmo domingo, 19, Lavínia Souza Dias, de 14 anos,
moradora do distrito de Mundo Novo, município de Eunápolis, se tornou a terceira vítima de afogamento. Ela foi com amigos em Porto Seguro e acabou sendo arrastada por uma
corrente marinha. O corpo foi encontrado no dia seguinte.
| Lavínia Souza Dias, a terceira vítima do dia. |
Tem como evitar esse tipo de ocorrência?
Infelizmente a maioria da população
é carente de informações. Apesar dos avanços da internet e tecnologias, os
celulares normalmente são mais usados para redes sociais e jogos. A preocupação
com a sobrevivência faz ricos e pobres “não terem tempo” para os filhos e as
escolas, que deveriam agir, “aparentemente” nada fazem, nesse sentido.
Com todas as mortes ocorridas por afogamento ao
longo dos anos em Eunápolis, já era para governo e escolas terem uma espécie de
“disciplina escolar” de orientação a pais e alunos. Nas reuniões com os pais, o
tema deveria ser sempre apresentado e os riscos explicados, como forma de
orientação para se evitar tragédias. Aulas de primeiros socorros seriam úteis.
Uma reunião por mês, já seria bom, duas seriam ótimas. Panfletos coloridos e
bem explicativos deveriam ser distribuídos entre os alunos, com pedidos para os
pais verem. Em todas as áreas dos rios onde as pessoas frequentam, deveriam
haver placas de sinalização. Excursões deveriam ter por obrigatoriedade pelo
menos um socorrista bem treinado. A gestão municipal poderia criar uma campanha permanente em todos os meios de comunicação como rádios, sites, blogs e redes sociais, afinal, vidas importam.
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| Um dos trechos do Rio do Peixe. Foto: Urbino Brito |
Prevenção:
As mortes por afogamento podem ser evitadas com alguns
cuidados. O Ministério da Saúde recomenda:
- Assegurar a supervisão de crianças por adultos enquanto estiverem na água ou próximo;
- Evitar deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
- Proteger piscinas, poços e reservatórios com barreiras que impeçam o acesso à água;
- Evitar brincadeiras inadequadas na água como corridas, empurrões e saltos;
- Observar e respeitar as sinalizações em praias, rios e lagos que indiquem áreas com alto risco de afogamento;
- Evitar nadar em áreas profundas, de profundidade desconhecida ou distantes da margem;
- Não entrar na água durante condições climáticas desfavoráveis, como raios, trovões, tempestades, ventanias ou quando o mar estiver agitado.
Esperamos que esse alerta sirva de
guia para que o poder público municipal se engaje, através da Câmara de
Vereadores e da gestão municipal.
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Pensando bem, muito bem pensado. Senhores vereadores, cadê vocês??
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