UM SANTO VENERADO POR
MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO
Caso você não seja católico, umbandista ou corintiano,
talvez não saiba que 23 de abril é o Dia de São Jorge. No entanto, isso não
é motivo para não conhecer um pouco melhor a história desse icônico e
respeitado santo, não é mesmo?
Conhecido como “Grande Mártir” — e por ser o Santo que
matou o dragão! —, Jorge nasceu na Capadócia, na Turquia, no século 3, e lutou
como tribuno militar ao lado de soldados romanos a serviço do Imperador Diocleciano
perseguindo cristãos.
Contudo, em um dado momento, Jorge se tornou avesso à
ideia de lutar por um império opressor — que promovia o massacre dos seguidores
do cristianismo —, e decidiu abandonar a carreira militar e se converter à nova
religião. Por conta disso, Jorge foi ameaçado, preso e torturado, e ao se negar
a renunciar à sua fé e adorar os deuses do império, foi condenado à morte.
Dizem que durante o período em que esteve sob o poder de
seus carrascos, Jorge nunca se queixou e suportou a todo o sofrimento ao que
foi submetido com coragem e fé inabaláveis — o que teria levado a própria
esposa do imperador se converter ao cristianismo. Assim, no dia 23 de abril do
ano 303, Jorge foi condenado a ser arrastado por toda a cidade de Lida, na Palestina,
e finalmente decapitado.
CONSOLIDAÇÃO
DE UM MÁRTIR
No ano de 313, o imperador romano Constantino se
converteu ao cristianismo e construiu uma igreja em honra a São Jorge. Um
século mais tarde já existiam diversas igrejas em seu nome espalhadas pela
Europa, e só no Egito havia por volta de 40 templos dedicados ao mártir.

A festa em sua homenagem foi estabelecida pelo Concílio
Regional de Oxford, na Inglaterra, no século 13 e, no século 14, o Rei Eduardo
III adotou São Jorge como santo padroeiro do país — tanto que a cruz do mártir
forma a bandeira inglesa e faz parte da bandeira do Reino Unido. No início do
século 15, o arcebispo de Canterbury decretou que a comemoração deveria ser tão
festiva quanto o Natal. Mas a coisa não parou por aí...
PADROEIRO
INTERNACIONAL... E “CORINTIANO”
São Jorge é santo padroeiro de uma coleção de cidades —
como Roma, Gênova e Moscou— e até de regiões inteiras de Portugal, da Espanha,
Lituânia, Índia, Egito, Alemanha, Bulgária, Síria e Bélgica, para mencionar
algumas. E com respeito ao nosso país, como o Brasil fazia parte do Império
Português, nós acabamos “herdando” a devoção a São Jorge.
Mas, além de ser um santo pra lá de internacional, São
Jorge também é padroeiro de incontáveis organizações, universidades, instituições
e... times de futebol. Você duvida? Então pergunte para a torcida corintiana
para você ver! Aliás, hoje também é comemorado o Dia do Torcedor Corintiano.
O mártir é o padroeiro da equipe paulista, e também é ele
quem dá o nome à sede social do time e ao bairro no qual ela se encontra —
Parque São Jorge. Aliás, o endereço oficial do timão é “Rua São Jorge, nº 777”,
e inclusive existe uma capela em homenagem ao santo nas dependências do clube.
De acordo com o pessoal da Joven Pan, existem duas
histórias sobre a eleição de São Jorge como padroeiro do Corinthians. Uma
delas, seria por conta do endereço da sede do clube, e a outra, mais
interessante, estaria relacionada com o clube inglês Corinthian Football Club,
que tinha o santo como padroeiro e deu origem ao Sport Club Corinthians
Paulista.
SANTO
UMBANDISTA?
Calma, calma... São Jorge não é umbandista, nem
praticante de candomblé — mas sua relação com essas religiões é fascinante! Com
a chegada dos escravos africanos no Brasil, esses povos encontraram muita
resistência para praticar suas próprias religiões e rituais por aqui.
Para contornar essa situação, os escravos começaram a
adotar alguns santos da Igreja Católica para poder exercer suas crenças e, isso
acabou por criar um sincretismo entre algumas divindades africanas e figuras do
catolicismo. Segundo as lendas, os africanos criavam seus altares e colocavam
as estátuas dos santos católicos sobre eles, ao passo que guardavam
representações de suas divindades sob essas estruturas.
Além disso, muitas vezes os donos das fazendas eram
devotos de um santo determinado, e obrigavam seus escravos a adorar o mesmo
personagem. Sendo assim, é por isso que é possível encontrar várias diferenças
entre o sincretismo de santos e divindades pelo país. Uma delas é São Jorge
que, em alguns locais onde a Umbanda e o Candomblé são praticados, ele
corresponde a Ogum, o orixá da guerra, muitas vezes invocado para abrir
caminhos.
E
A LENDA DO DRAGÃO?
Como você deve ter percebido nas imagens que ilustram
esta matéria, São Jorge muitas vezes é retratado usando armadura e montado sobre
um cavalo branco. Além disso, ele também aparece empunhando uma lança e matando
um dragão. Mas, de onde é que
surgiu essa representação?
Segundo a fábula, existia uma caverna nas imediações de
um lago próximo à cidade de Silena, na Líbia, de onde um temível dragão saía
para atacar as muralhas da localidade — aproveitando para “torrar” um bocado de
gente com suas chamas. Como os guerreiros do local não conseguiam se livrar do
monstro, o povo, desesperado, começou a sortear pessoas para que elas fossem
oferecidas como sacrifícios para que o dragão poupasse o resto da população.
No entanto, um belo dia a filha do Rei foi selecionada
como vítima e, enquanto o pai a acompanhava desconsolado até a margem do lago,
um valente cavaleiro apareceu. Vindo da Capadócia, Jorge partiu com seu cavalo
para cima do dragão e, com sua lança em punho, amansou o assombroso bicho.
Aliviada por ter sobrevivido, a princesa levou o monstro
preso a uma corrente até o interior da cidade, enquanto a população apavorada
se trancava em suas casas. Foi então que o corajoso cavaleiro assegurou a todos
que tinha vindo em nome de Cristo para derrotar o dragão, e que todos deveriam
se converter ao cristianismo e ser batizados.
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FONTE(S) Editora
Cléofas/Prof. Felipe Aquino O Catequista/Paulo
Ricardo Jovem Pan Canção Nova Igreja São Jorge Mundo Estranho São Jorge Guerreiro Project Britain // IMAGENS
Wikipedia Wikipedia
Fascinante
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