OS PAIS DAS MENINAS, AMBOS
PROFESSORES, MUDARAM-SE PARA CIDADE MAIS DESENVOLVIDA, NA TENTATIVA DE OBTER
AJUDA MÉDICA
Gêmeas siamesas unidas pelo crânio vão passar por uma difícil
e potencialmente perigosa operação para separá-las - informaram os cirurgiões
nesta quarta-feira (26/7), que pediram ajuda da comunidade médica
internacional. Os médicos tentam determinar se as meninas, de um ano de idade,
nascidas no noroeste de Bangladesh, compartilham um único cérebro. Esse
elemento pode complicar muito a cirurgia.
"Seria uma cirurgia muito delicada e sensível",
indicou o chefe de cirurgia pediátrica Ruhul Amin, do Bangabandhu Sheikh Mujib
Medical University, da capital, Daca. "Estamos avaliando sua condição e
tentando entrar em contato com especialistas em todo mundo para obter opiniões
e ajuda", declarou.
Os pais das meninas, ambos professores, mudaram-se para
Daca após o nascimento de Rabia e Rukia, na tentativa de obter ajuda médica.
Amin informou que as meninas estão saudáveis, mas disse que precisa de mais
tempo para estudar o caso, de modo a reduzir os riscos da cirurgia a um mínimo.
Antes do nascimento, os pais sequer sabiam que esperavam
gêmeos, umas vez que os exames não mostraram qualquer anormalidade, ou
evidência de dois bebês, explicou o pai, Rafiqul Islam. "O médico só
mencionou um feto com uma cabeça grande", disse à AFP.
Os pais querem que suas filhas tenham "uma vida
melhor", apesar das consequências potencialmente fatais da cirurgia.
"A maioria das pessoas vem visitar minhas filhas com compaixão, ou
escárnio, em seus olhos, algo que é intolerável para um pai", acrescentou.
"Quero ter fé em Deus e nos cirurgiões para que as minhas filhas passem
por uma cirurgia bem-sucedida e, eventualmente, tenham uma vida normal",
desabafou.
Em casos raros, gêmeos idênticos podem nascer com a pele
e com certos órgãos internos ligados. Cerca de metade nasce morta, e a taxa de
sobrevivência é entre 5% e 25%. Em 2008, morreu em Bangladesh um bebê que
nasceu com duas cabeças.
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