HÁ 43 ANOS ACONTECIA UM
DOS INCÊNDIOS MAIS TRÁGICOS DO BRASIL
NOVO EM CHAMAS
Um dos incêndios mais trágicos do Brasil rolou
em 1º de fevereiro de 1974, causado por um curto-circuito no sistema de
ar-condicionado do Edifício Joelma, inaugurado havia dois anos, no centro
da capital paulista. Em quatro horas de fogo, a temperatura chegou a
700 oC e, no final, 189 pessoas morreram (queimadas ou ao se jogar do
prédio, em desespero). Mais de 300 ficaram feridas.
TERRENO MACABRO
Após investigação, cinco pessoas foram responsabilizadas
pelo acidente – nenhuma foi presa. O episódio aconteceu dois anos após outro
incêndio na região, no Edifício Andraus. Isso acendeu a especulação de que
houvesse uma maldição no terreno do Joelma, já que ele teria sido, no
passado, um pelourinho: palco de execução de escravos e criminosos.
HERANÇA DO ALÉM
Fechado por quatro anos para reforma, o edifício
foi reaberto com nome de Praça da Bandeira. Desde então, funcionários dizem
ouvir vozes, além de presenciar espíritos e fenômenos estranhos, como
faróis de carros acendendo sozinhos. Durante as filmagens
de Joelma 23º Andar, de 1979, um fotógrafo da equipe registrou a cena
das mortes. Na foto revelada, há supostos rostos de espíritos que rondavam o
set de gravação. Em 2004, uma equipe do então prefeito José Serra trabalhou em
uma sala do prédio, mas só depois de o local ser purificado por uma monja
budista.
O CRIME DO POÇO
Antes de o Joelma ser construído,
outra tragédia havia ocorrido no terreno, em 1948. O professor Paulo Ferreira
de Camargo, 26 anos, matou a mãe e duas irmãs, e escondeu os corpos
num poço, no quintal. Ele negou a autoria do crime, embora fosse o principal
suspeito. Duas semanas depois, quando a polícia começou a cavar o poço em busca
de vestígios, Paulo se matou.
SEM EXPLICAÇÃO
Até hoje não há consenso sobre o motivo que
levou o professor a cometer os assassinatos. O crime ainda provocou outra
morte: um dos bombeiros que fizeram o resgate no poço morreu de
infecção cadavérica por manusear os corpos sem proteção de luvas. Há quem
acredite que o incêndio do Joelma seja fruto de uma maldição
relacionada ao Crime do Poço.
MENSAGEM DOS MORTOS
Uma das vítimas do Joelma foi
a digitadora Volquimar Carvalho dos Santos, que trabalhava no 23º
andar. Ela e seus colegas tentaram sair do prédio, mas foram barrados por
outros que também tentavam se salvar. A história ficou conhecida devido a uma
carta dela, psicografada por Chico Xavier e publicada no livro Somos Seis.
O MISTÉRIO DAS 13 ALMAS
Nos escombros do Joelma, 13 cadáveres foram
encontrados dentro de um elevador. Na época, sem meios de fazer a identificação
dessas vítimas, os corpos foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro,
com a lápide “As Treze Almas”. Tempos depois, o zelador do cemitério e alguns
visitantes passaram a ouvir gritos e lamúrios vindos das sepulturas. Para
“aliviar a dor dos mortos”, eles jogaram água nos túmulos (já que as pessoas
morreram queimadas) e os gritos pararam. Desde então, o local atrai devotos,
que atribuem às 13 almas várias graças alcançadas e, em gratidão, deixam um
copo de água em cima de cada túmulo.
CONSULTORIA: Angela
Arena, pesquisadora e professora de turismo na Faculdade Anhanguera, e Mateus
Fornazari, do site Sobrenatural
FONTES: MSN / Centro
de Estudos Avançados da Conservação Integrada de Recife, Fundação Gilberto
Freyre; programas de TV Ghost Hunters
International (SyFy); Linha Direta (Globo)
e Fantástico (Globo); jornais Diário de S. Paulo, Folha de
Pernambuco, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O
Fluminense; sites G1 e R7; revista VEJA;
livros Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre, Histórias
Mal-Assombradas do Caminho Velho de São Paulo e Histórias
Mal-Assombradas do Tempo da Escravidão, de Adriano Messias; e tese de
doutorado Trabalho e Cotidiano na Mineração Aurífera Inglesa em Minas
Gerais: A Mina da Passagem de Mariana (1863-1927), de Rafael de Freitas e
Souza
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