Deputado
afirma que ex-ministro está “absolutamente sereno”, porém “indignado"
com decisão da Justiça
A poucas horas de
se entregar à Superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília, o
ex-ministro José Dirceu está “absolutamente sereno”, porém “indignado",
segundo o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), que tomou café da manhã
com ele nesta sexta-feira (18).
O deputado informou
ainda que a maior preocupação de Dirceu é como explicar a situação para a filha
mais nova, Maria Antônia, de 7 anos. O ex-ministro aproveitou o início da manhã
para revisar alguns capítulos do livro que está finalizando.
“Está revisando um
dos capítulos do livro dele. Conversou um pouco com a filha pequena, que não
foi hoje à escola. O cuidado maior que ele tem é com a menina. Para a família,
isso já era esperado”, disse o deputado ao deixar o prédio onde Dirceu mora, no
bairro do Sudoeste, região de classe média alta em Brasília.
Chico Vigilante
disse que Dirceu cumprirá a decisão judicial e se entregará à PF dentro do
prazo, até as 17h de hoje. “Ele vai cumprir a decisão judicial e recorrer às
esferas superiores. Já que a juíza [Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara
Federal] disse que ele tem de se entregar até as 17h, ele vai se entregar antes
das 17h. Sobre cumprir a pena em Curitiba [ou em Brasília], cabe aos advogados
decidir.”
A ordem para que
Dirceu se entregue foi dada pela juíza substituta do titular Sérgio Moro, que
está fora do país. Ela determinou a execução provisória da condenação de Dirceu
a 30 anos e nove meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de
dinheiro e participação em organização criminosa, no âmbito da Operação
Lava Jato.
Decisão
A prisão do
ex-ministro foi decidida após o TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região)
rejeitar, no início da tarde dessa quinta-feira (17), o último recurso de
Dirceu contra a condenação na segunda instância da Justiça. Ainda cabe recurso
às instâncias superiores.
Além de negar o
recurso, a Quarta Seção do TRF4 determinou a imediata comunicação à 13ª Vara
Federal para que fosse determinada a prisão, com base no entendimento do
Supremo Tribunal Federal que autoriza a execução da pena após o fim dos
recursos na segunda instância.
Condenação
Dirceu foi
condenado por Moro a 20 anos e 10 meses de prisão em maio de 2016. Em setembro
do ano passado, o TRF4 aumentou a pena para 30 anos e nove meses. A pena foi
agravada devido ao fato de o ex-ministro já ter sido condenado por corrupção na
Ação Penal 470, o processo do mensalão.
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