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Até o século 17, europeus ricaços comiam cadáveres em busca de curas milagrosas

Até há pouco tempo atrás, velhos costumes eram seguidos à risca  
Hoje em dia, a medicina está avançada pra caramba, mas nem sempre foi assim. Se hoje temos analgésicos e cirurgias, no passado tínhamos carne humana. Ahn? Oi? É isso mesmo! No século 17, era relativamente comum entre os mais ricos o hábito de ingerir pedaços humanos na tentativa de curar suas moléstias.

Tudo começou com o consumo de múmias egípcias: partes dos cadáveres eram trituradas até virar pó e supostamente serviam para uma infinidade de problemas, como hemorragia interna. Já dores de cabeça podiam ser tratadas com pó feito do crânio dessas múmias! Dá para imaginar?

Para deixar o “remédio” mais tragável, algumas pessoas misturavam chocolate quente para disfarçar o sabor. O rei Carlos II, da Inglaterra, que viveu entre 1630 e 1685, mistura o pó de crânio com álcool, chamando o drink de “As Gotas do Rei”. Além dos ossos, o musgo que crescia nas múmias também era visto como medicinal. Eca!
Crânio de múmias foram as primeiras iguarias

Vampirismo
Depois do uso das múmias, cadáveres mais frescos passaram a entrar no rol de produtos medicinais. A gordura, por exemplo, era retirada e derretida para ser usada como pomada para impedir infecções. Ela também serviria para evitar problemas de gota, que é quando as articulações ficam inflamadas.

O sangue, desde que muito fresco, era visto como um produto vital e consumi-lo supostamente curaria várias doenças! O médico suíço Paracelso (1493-1541) chegou a sugerir que as pessoas fossem “vampiras” e bebessem o líquido de gente ainda com vida! Por conta disso, as execuções em praça pública sempre eram vistas por uma plateia carregando uma xicarazinha para coletar o que pudesse de sangue.
A principal razão desse canibalismo todo era a crença de que o espírito permanecia nos corpos, então consumi-los seriam uma forma de adquirir energia vital – tanto que mulheres virgens e rapazes jovens eram as iguarias preferidas! Até mesmo gente mais estudada, como Leonardo Da Vinci, relatou que a prática era boa para os vivos.
Calma é só um ritual
O fim do canibalismo medicinal
O declínio desse costume só aconteceu no século 18, quando os conceitos de higiene pessoal passaram a ser levados mais a sério. Ainda assim, alguns relatos da época mostram que as tradições do passado permaneciam vivas. Um inglês relatou em 1847, por exemplo, que dava pó de crânio para sua filha, na esperança de curá-la da epilepsia.

Em 1908, uma execução pública também atraiu pessoas em busca do sangue do morto, mostrando que o canibalismo medicinal resistiu aos tempos. Você teria coragem de tomar algum remédio com essa origem? (Mega Curioso).



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