Forçar a volta às aulas é
uma decisão que pode pesar muito na avaliação de prefeitos e governadores, em
ano político
Em
dezembro, Miguel Nicolelis fez a previsão da chegada da nova onda causada pela
Ômicron; "É um absurdo sem precedentes reabrir escolas".
O neurocientista Miguel Nicolelis alertou, nesta quarta-feira (26/1), sobre os riscos
da retomada das aulas presenciais em escolas no atual momento
de transmissão da variante Ômicron, a mais infecciosa do novo coronavírus.
Miguel Nicolelis, neurocientista. Foto: Reprodução do Metrópoles |
Conhecido
pelas previsões acertadas sobre a pandemia da Covid-19, o médico
afirmou ser uma “enorme temeridade” permitir o retorno das aulas “no meio de
uma onda que possui os maiores índices de transmissão”.
Para
o Nicolelis, a estratégia que os governantes deveriam adotar é a de vacinar o
maior número possível de crianças e retornar as aulas de forma progressiva,
exclusivamente para estudantes imunizados.
“Não
há risco aceitável com crianças. Ninguém sabe como sequelas crônicas deixadas
pela Ômicron podem afetar crianças infectadas. É um absurdo sem precedentes
reabrir escolas. Com transmissão muito menor na primeira onda, elas foram
fechadas. Qual a lógica de permitir sua reabertura agora?”, criticou.
VEJA TAMBÉM: Variante Ômicron jácorresponde a 90% dos casos globais de Covid-19
Lotação de UTIs
O
cientista também lembrou sobre a alta ocupação das unidades de terapia
intensiva no país e na capital federal.
“Com
UTIs pediátricas lotadas em todo mundo e no Brasil, é um risco inaceitável
devolver milhões de crianças e jovens à escolas que não têm estrutura, nem
preparo, nem treinamento para manter normas de segurança. Vacinem as crianças e
abram escolas paulatinamente com os vacinados”, reforçou.
Nicolelis
prevê que a nova onda causada pela variante Ômicron pode durar até daqui a três
semanas.
“Discordo
frontalmente da posição de que os riscos do retorno as aulas são aceitáveis.
Eles não são. Se eu tivesse filhos em idade escolar, eles ficariam em casa
pelas próximas 2 ou 3 semanas, até que a onda da Ômicron terminasse e eles
estivessem vacinados”, escreveu no Twitter.
Foto de Anastasia
Shuraeva no Pexels