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Reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher - por professor Emenson Silva




A luta em defesa das mulheres vai além do mês de março

Fazendo um convite à reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, 8 de março, o professor Emenson Silva expressou sua opinião sobre a importância desta data, que marca a luta e as conquistas femininas ao longo do século passado.

Para Emenson, a comemoração não é apenas simbólica, mas é antes de tudo a reafirmação do compromisso com políticas públicas que inserem e asseguram a manutenção de mulheres nos espaços de tomada de decisão.

“Ainda temos muito a conquistar, principalmente no que diz respeito ao enfrentamento da violência contra a mulher, cujos números são alarmantes e vergonhosos. Então, a luta em defesa das mulheres vai além do mês de março. Essa luta deve ser diária e pautada em projetos que garantam uma sociedade justa e igualitária”, ressaltou.

Foto: Pexels


Falar sobre o Dia Internacional da Mulher é falar do combate ao feminicídio, machismo, combate à desigualdade de gênero, ao assédio e à violência sexual. O Brasil é um dos piores países da América Latina para quem nasce mulher, devido aos níveis extremamente altos de violência de gênero.




Quer um exemplo real? A implementação da Lei Maria da Penha, contra violência doméstica. Infelizmente não há rigor na aplicação da lei, pois as mulheres continuam sendo ameaçadas, avacalhadas por seus companheiros esdrúxulos em face da impunidade que continua amplamente difundida.

O governo Michel Temer, por exemplo, extinguiu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, sem contar que os recursos para a execução de ações e projetos foram drasticamente reduzidos. Hoje em dia, até em casos de agressões físicas, existe dificuldade de comprovar. Ainda há registro de casos veiculados na mídia de mulheres que se apresentaram com três costelas quebradas, hematomas pelo corpo, contudo, na aplicação da lei essas situações se enquadraram apenas como lesão corporal leve.



É isso que as mulheres têm a comemorar? Os altos índices de feminicídio? São casos como o do goleiro Bruno que devemos comemorar? A triste realidade das mulheres brasileiras é apontada nos índices. A cada uma hora e meia uma mulher é assassinada por um homem, em um total de 13 feminicídios para cada 100 mil mulheres, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nós temos que repensar a condição das mulheres na sociedade brasileira, pois elas vivem uma situação gritante. Devemos pensar de fato o motivo de chegarmos a essa situação e por que ela perdura. A justiça não acolhe as mulheres como deveria. O sistema nas delegacias da Mulher chega a ser ineficaz e ineficiente, pois o atendimento policial não está devidamente preparado para lidar com a desigualdade de gênero, tratando em muitas situações as mulheres com descaso.

Hoje, o assunto é de interesse público e pertence ao mundo dos Direitos Humanos. Devemos endossar a luta com o objetivo de fazer com que as instituições funcionem adequadamente, no sentido de tutelar os direitos das mulheres oprimidas e violentadas. A partir daí talvez consigamos comemorar uma data que representa o marco do empoderamento feminino e o fim do sistema patriarcalista, enraizado no machismo estrutural. 



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