O artista indígena TxaTxu Pataxó, de 26 anos, da Aldeia Porto do
Boi, próxima ao distrito de Caraíva, em Porto Seguro, marca presença na cena
internacional com sua participação na exposição Dichotomie, em Genebra. A
mostra inaugura o L’Espace des Arts da Fundação Paulo Coelho e Christina
Oiticica no dia 27 de maio.
A parceria com Christina Oiticica nasceu do desejo da artista
brasileira de voltar a trabalhar com raízes culturais brasileiras. TxaTxu
interferiu nas obras com seu grafismo Pataxó e as enterrou por um ano sob uma
gameleira sagrada. O resultado revela camadas de ancestralidade, natureza e
espiritualidade.
A exposição, com curadoria de Marcelo Mendonça, traz pinturas,
grafismos e fotografias, unindo LandArt e arte indígena em um diálogo simbólico
sobre dualidade e conexão com a terra. Fica em cartaz até 31 de outubro.
Porto Seguro se projeta assim no cenário das artes plásticas
mundiais, valorizando sua história e cultura originária. “Nossa, é uma honra
levar a arte do meu povo para a Suíça. Uma arte que nossos ancestrais deixaram
para futuras gerações, uma arte milenar. Comecei a pintar aos 8 anos aqui na
reserva Porto do Boi, inspirado pelo meu tio Chauan, que me ensinou as técnicas
do grafismo. Hoje levo essa arte para o mundo — a velha história do povo
Pataxó, nosso grafismo, nosso costume e nossa tradição, que não podem ser
perdidos”, declara TxaTxu.