A CIDADE FOI ATACADA POR
UMA INFESTAÇÃO DE MARIPOSAS QUE PARECEM TER ENCONTRADO ALI CONDIÇÕES PROPÍCIAS
PARA SUA PROLIFERAÇÃO
Parecia até a reedição de
uma das dez pragas do Egito: ao invés de gafanhotos, milhares de mariposas
invadiram a cidade de Prado, no sul da Bahia, e lá encontraram um ambiente
favorável para se reproduzirem e deixarem suas larvas.
O fato começou a ser
percebido pelos moradores há cerca de 15 dias, quando os insetos passaram a
deixar seus ovos em diferentes partes do município.
Segundo a secretária
municipal de Meio Ambiente, Benedita Barreto, um especialista da região afirmou
que elas são originárias da Amazônia e também estão presentes em áreas de
eucalipto.
"Por causa da
dedetização nos eucaliptos, elas vieram para a cidade e, no primeiro momento,
colocaram os óvulos em uma quantidade muito grande. Em um período de oito dias,
estes óvulos começaram a eclodir", conta.
Para não utilizar venenos
que pudessem prejudicar a saúde dos seus 27 mil habitantes, a prefeitura teve
acesso a um pesticida natural - produzido a partir de fungos presentes no solo
- e pulverizou os espaços públicos, como escolas, igrejas e delegacias.
Entretanto, a ação não foi
suficiente pois, ao depositar seus ovos, os insetos criam uma espécie de
"capa protetora" das larvas. De acordo com a secretária, este
fenômeno dificulta o trabalho dos agentes, que têm de desfazer esta película
(semelhante a uma teia de aranha) para aplicar o pesticida.
As ações são realizadas em
conjunto por técnicos da Vigilância Sanitária e das secretarias de Meio
Ambiente e Obras do município.
CAUSAS
De acordo com o biólogo
Daniel Abreu, não é possível identificar as causas deste acontecimento sem um
estudo específico na região. Apesar disto, por conta das características
descritas pela secretária, uma possibilidade é que tenha ocorrido um processo
de "espécie invasora".
"A espécie invasora
pode estar associada ao transporte da madeira, por exemplo. Aqui, ela obteve
recursos para sobreviver, como alimentos e ausência de predadores. Isto pode ser
um fenômeno natural, mas geralmente acontece por causa da ação do homem",
revela.
Em contato com a pele
humana, as larvas das mariposas - que podem ter tamanho bastante reduzido e não
serem notadas pelas pessoas - causam coceira e podem levar a uma dermatite, mas
não resultam em nada mais grave. Em alguns casos, por conta da coceira excessiva,
a região afetada pode ficar ferida.
Além de Prado, a cidade de
Itamaraju, na mesma região, também registrou situação semelhante.
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