Saiba quais os sintomas e quais são as vacinas disponíveis nas
redes pública e privada
Arthur de 7 anos, neto do ex-presidente Lula,
morreu nesta sexta-feira (1º), vítima de meningite meningocócica, em São Paulo,
às 12h11 "devido ao agravamento do quadro infeccioso de meningite
meningocócica, segundo a assessoria da Rede D'Or São Luiz, da qual o hospital
faz parte.
Veja
abaixo perguntas e respostas sobre a meningite meningocócica:
O que é a meningite?
As meninges são as membranas que envolvem o
cérebro e a medula espinhal. A meningite ocorre quando há uma inflamação desse
revestimento, causada por micro-organismos, alergias a medicamentos, câncer e
outros agentes.
Entre os agentes infecciosos, as meningites
bacterianas e as virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde
pública e também as que causam mais preocupação, devido a sua magnitude,
capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, devido à sua
maior gravidade.
A meningite meningocócica, especificamente, é
causada pela bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo).
Existem 12 subtipos diferentes da meningocócica e, no Brasil, os principais
sorogrupos circulantes (que causam a maioria dos casos) são B, C, W e Y.
Qual é o tipo de meningococo que causou a morte de Arthur Lula
da Silva?
Até o momento, sabe-se apenas que a doença era
meningite meningocócica. O Hospital Bartira não informou o sorotipo.
Qual é a incidência da meningite meningocócica no Brasil?
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em
2018, foram registradas 1.072 ocorrências de doença meningocócica no
Brasil e 218 mortes. Em 2017, no mesmo período, foram 1.138 e 266,
respectivamente.
Existe vacina para a meningite meningocócica? Tem no SUS?
- Existem vacinas contra os principais sorogrupos
que causam a doença meningocócica (A, B, C, W, Y).
A vacina para o tipo C está disponível no Calendário de Vacinação do Programa Nacional
de Imunização da rede pública para os seguintes grupos:
- Imunização primária de duas doses, aos 3 e 5
meses de vida, e o reforço, preferencialmente, aos 12 meses, podendo ser
administrada até os 4 anos de idade;
- Adolescentes entre 11 e 14 anos;
- Pessoas em condições especiais de saúde
atendidas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.
Além da vacina para o tipo C disponível na rede pública há
também imunização na rede privada, dos tipos meningocócica B e meningocócica
conjugada para A, C, W e Y.
"As autoridades têm que ficar atentas para a
curva de prevalência. Se o B estiver crescendo, podem chegar à conclusão de que
devem oferecer também esse tipo na rede pública", explica Dra. Ana
Escobar, pediatra e colunista do G1.
Outras vacinas disponíveis no SUS que podem ajudar a prevenir
tipos diferentes de meningite são:
- Vacina pneumocócica 10-valente, que protege
contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae,
incluindo meningite pneumocócica (outra variedade de meningite bacteriana) .
- Pentavalente: protege contra doenças invasivas
causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e
também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
- BCG: protege contra as formas graves da
tuberculose.
Como se transmite a meningite bacteriana?
Geralmente, as bactérias que causam meningite
bacteriana (inclusive a meningocócica) se espalham de uma pessoa para outra por
meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Existem também bactérias, como a Listeria monocytogenes e da Escherichia coli,
que podem se espalhar por meio dos alimentos.
Algumas pessoas podem transportar essas bactérias
dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de
“portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode
espalhar as bactérias para outras pessoas.
Quais são os sintomas da meningite meningocócica?
A meningite tem, em geral, quadro clínico grave. Por
isso, quando houver suspeita de que se está com a doença, a recomendação é
procurar o médico o mais rápido possível. Só ele pode determinar se é mesmo
meningite, qual é o tipo e qual é o melhor tratamento.
Como informa o Ministério da Saúde, os sintomas da
meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço.
Muitas vezes há outros sintomas, como:
- Mal estar;
- Náusea;
- Vômito;
- Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz);
- Status mental alterado (confusão);
Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves
da meningite bacteriana podem aparecer, como convulsões, delírio, tremores e
coma.
Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas
descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê
pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou responder pouco a estímulos.
Também pode apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou ter reflexos
anormais.
Na septicemia meningocócica (também conhecida como
meningococemia), que é uma infecção na corrente sanguínea causada pela
bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas descritos acima, podem
aparecer outros como:
- Fadiga;
- Mãos e pés frios;
- Calafrios;
- Dores severas ou dores nos músculos,
articulações, peito ou barriga;
- Respiração rápida;
- Diarreia;
- Manchas vermelhas pelo corpo.
A meningite meningocócica é muito grave?
Sim e o caso de Arthur não foi uma exceção, pois
são principalmente as formas da meningite causadas por bactérias que podem
levar à morte.
As meningites pneumocócica e meningocócica podem
levar à meningococcemia e, nesse caso, a doença pode evoluir de forma
fulminante, matando em poucas horas. A Dra. Ana Escobar explica que um sinal da
meningococcemia são manchas na pele. "Quando elas aparecem é alerta
máximo", diz.
Como informa o Ministério da Saúde, nas meningites
causadas por vírus, geralmente a evolução é mais branda e o prognóstico da
doença é menos grave que na meningite bacteriana.
Como é o tratamento?
As meningites bacterianas são tratadas com
antibióticos, em ambiente hospitalar. (Matéria do G1).
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