Pacto Federativo prevê que
municípios com arrecadação própria menor que 10% da receita total sejam
incorporados por vizinhos
A Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo apresentada pelo governo
federal nesta terça-feira (5) inclui os três princípios apelidados pela equipe
econômica como "DDD": Desobrigar, Desindexar e Desvincular, e prevê
como uma das medidas mais polêmicas e complexas o projeto de extinguir cerca de
1.250 municípios brasileiros dos atuais 5.570.
Segundo a proposta,
as cidades com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da
receita total serão incorporados pela cidade vizinha.
A PEC faz parte do
Plano Mais Brasil - A Transformação do Estado, entregue ao Senado pelo
presidente Jair Bolsonaro. Outras duas PECs, Emergencial e dos Fundos, fazem
parte do pacote elaborado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
De acordo com o
secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, 1.253 cidades se encaixam
neste perfil e seriam incorporadas a municípios vizinhos a partir de 2026.
"Queremos que o Estado seja efetivo para o cidadão",
justificou. De acordo com dados do IBGE, estes municípios brasileiros têm
menos que 5 mil habitantes.
A medida é
apresentada às vésperas de 2020, ano de eleições municipais.
O ministro da
Economia, Paulo Guedes, considera o tema "legítimo" para o Congresso
conversar. “Nada mais oportuno do que deixar o Congresso conversar sobre isso.
Eles têm a total capacidade de decisão”, disse.
A estimativa da
equipe econômica é de que o pacto federativo repasse R$ 400 bilhões a estados e
municípios em 15 anos.
Além da PEC do
Pacto Federativo, o governo federal entregou também outros dois textos do Plano
Mais Brasil: a PEC Emergencial e a PEC dos Fundos Públicos.
Um recente
levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan), divulgado na última semana, apontou que 1.856 cidades das
5.337 analisadas não se sustentam. Ou seja, em 34,7% dos municípios, a receita
gerada não dá nem para custear o funcionamento da Câmara Municipal e da
prefeitura.
De acordo com o
estudo, é possível dizer que o Brasil está em estado de alerta em relação à
gestão fiscal, já que 73,9% dos municípios analisados têm gestão difícil ou
crítica. (Correio da Bahia).
0 Comentários