A apresentadora Fátima
Bernardes revelou em seu Instagram, nesta
quarta-feira (2), que foi diagnosticada com câncer
de útero. A identificação da doença em estágio inicial veio por
meio de exames de rotina, mas a jornalista de 58 anos afirma estar bem – e
passará por cirurgia de retirada do tumor nos próximos dias. O principal
causador dessa condição é o contágio pelo papilomavírus humano, conhecido como
HPV.
“Como sempre usei minhas redes com total franqueza e verdade,
preferi eu mesma passar essa informação para todos que me acompanham. Enquanto
isso, aproveito o aconchego dos meus pais, filhos, do meu amor e dos amigos
próximos. E já agradeço pelo carinho, pelas boas energias de todos aqui. Logo,
logo estarei de volta para nossos encontros”, escreveu Fátima.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de
colo de útero atinge mais de 16 mil mulheres no Brasil por ano, sendo o terceiro
tipo de câncer mais recorrente entre a população feminina. Costuma ser
silencioso e em cerca de 35% dos casos é fatal, por isso a importância de um
diagnóstico precoce como o da apresentadora. A oncologista do Grupo
Oncoclínicas, Michelle Samora, explica mais sobre a doença. Confira!
Especialista explica o câncer de Fátima Bernardes
O que é HPV
O vírus HPV é o tipo mais comum de infecção sexualmente
transmissível (IST) e atinge de forma massiva as mulheres. A médica diz que
esse tipo de infecção genital, mesmo sendo prevenível, ainda é muito frequente.
O HPV pode causar alterações celulares no corpo, capazes de evoluir para um
câncer, assim como aconteceu com Fátima Bernardes.
Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente
ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, principalmente na faixa
dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irão desenvolver câncer de colo
do útero em um prazo de dois a dez anos, uma taxa que preocupa os
especialistas.
Prevenção
A prevenção é um dos principais aliados no combate ao câncer no
colo do útero. “A vacinação
contra o HPV representa a melhor forma de prevenção
primária. A duração total da proteção ainda é incerta, estimada em
aproximadamente 9 anos, mas estudos matemáticos indicam alta concentração de
anticorpos por no mínimo 20 anos”, destaca Michelle.
Sintomas
Um dos primeiros sinais do câncer de colo do útero é o
sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve: “Os sangramentos
podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres
que já estão no período da menopausa“.
Em estágios mais avançados, a mulher pode apresentar um quadro
de anemia devido à perda de sangue, dores nas pernas e nas costas, problemas
urinários ou intestinais e até perda de peso sem intenção.
Diagnóstico
A oncologista destaca que é possível reduzir em até 80% a taxa
de mortalidade da doença quando há um diagnóstico precoce, por isso a
importância de realizar exames periódicos para a detecção do câncer, como foi o
caso de Fátima Bernardes.
“Considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com
sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a
condição ainda na fase inicial. Sempre aconselho a realizarem os exames
preventivos como o Papanicolau periodicamente, para que aumentem as chances de
a doença ser diagnosticada precocemente”, pontua.
Tratamento
Assim como mencionado por Fátima, a cirurgia é uma das
possibilidades de tratamento contra o câncer de útero, mas não a única.
Radioterapia e quimioterapia também são opções consideradas pelos médicos.
“A cirurgia pode consistir na retirada do tumor ou na retirada
do útero, o que pode impossibilitar a mulher de engravidar. Para os estágios mais
avançados da doença, são recomendados os tratamentos de radioterapia e
quimioterapia”, finaliza a especialista.
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