Na
sessão extraordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre a Ucrânia, realizada nesta quarta-feira (2/3), 141 países votaram a
favor da resolução que condena a invasão russa. Entre eles o Brasil, que
havia ficado "em cima do muro" em outras reuniões.
A
própria Rússia e mais cinco nações votaram contra. Outras 35 se abstiveram,
entre elas a China, considerada a principal aliada dos russos.
A
resolução, que não tem poder legal, pede que a Rússia retire suas tropas.
Apesar de não ser uma medida concreta, tem um poder político muito grande e
evidencia o isolamento russo.
Creditos da foto Evan Schneider ONU
CONTRÁRIO
Valentin
Rybakov, embaixador de Belarus na ONU, disse que a distribuição descontrolada
de armas já levou ao aumento da violência e de roubos na Ucrânia. A nação é
aliada do presidente russo Vladimir Putin e também votou contra, junto com
Síria, Coreia do Norte, Eritreia e Russia.
Ele
afirmou que pessoas inocentes estão sendo mortas no país. "Por que vocês
estão silenciosos a esse respeito?", questionou Rybakov, defendendo que os
ucranianos também estão matando civis estrangeiros.
Rybakov
pediu, ainda, que a Ucrânia abra um corredor humanitário para que pessoas
possam sair do país pela fronteira com Belarus. Segundo ele, a fronteira
bielorussa está aberta. Disse, também, que lamenta as mortes e que só as
negociações podem resolver o conflito.
ATAQUES
Pouco
após a aprovação da resolução, o secretário-geral da ONU, Antônio
Guterres, disse que a decisão repete uma verdade central, de "que o mundo
quer o fim do sofrimento na Ucrânia". Ele falou, ainda, sobre como os
países têm se unido para colaborar com a Ucrânia.
A
embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfied, afirmou que a
guerra foi decisão de um único homem, Putin. Ela também disse que a Rússia está
atacando civis e que, enquanto o Conselho de Segurança discutia a paz, na
semana passada, Putin começava a guerra. "A Rússia bombardeou orfanatos,
hospitais, jardins de infância, espalhou fome", acrescentou Linda,
agradecendo aos países que estão recebendo refugiados da Ucrânia.
O
embaixador da Ucrânia na ONU, Sergei Kislitsia, afirmou que o povo ucraniano
"luta enquanto é bombardeado". Ele agradeceu a união e o apoio aos
refugiados ucranianos e disse que as tropas russas estão cometendo crimes
contra a humanidade. "Crimes tão bárbaros que é difícil compreender.
Ucranianos estão sendo mortos por mísseis e outros tipos de armas. Nós não
provocamos essa escalada de tensão. Crimes internacionais continuam sendo
cometidos na Ucrânia. Isso é um erro. A maldade nunca vai parar, vai avançar e
avançar. Precisamos evitar que os russos vão adiante", pediu.
Foto da capa de Kris
Møklebust no Pexels