PAULO ROBERTO COSTA,
EX-DIRETOR DE ABASTECIMENTO DA PETROBRAS, FOI ABSOLVIDO POR FALTA DE PROVAS
O ex-tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e mais oito acusados de
envolvimento nos crimes investigados pela Operação Lava Jato, foram condenados
à prisão pela Justiça Federal nesta segunda-feira (21).
Vaccari foi condenado pelo
juiz Sergio Moro a 15 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro,
associação criminosa e corrupção. Ele ainda terá que pagar uma multa no valor
de R$ 820 mil.
De acordo com a denúncia,
empreiteiras pagavam propina dentro da Petrobras e ao ex-tesoureiro para obter
contratos com a estatal. Vaccari foi acusado de repassar mais de quatro milhões
de reais em propina para o Partido dos Trabalhadores.
Duque foi condenado a 20
anos e oito meses pelos mesmos crimes que Vaccari. O ex-diretor terá que pagar
R$ 1,2 milhão em multa e teve confiscado pela Justiça o equivalente a R$ 43,4
mi em nome de off-shores no Paraná e Mônaco. Esses recursos serão destinado à
Petrobras.
Presos no início do ano,
esta foi a primeira condenação na Justiça Federal do Paraná de Vaccari e Duque.
O juiz Sergio Moro escreveu na sentença que o elemento mais reprovável da
corrupção na Petrobras talvez seja a "contaminação da esfera política pela
influência do crime. "A corrupção gerou um impacto no processo político
democrático, contaminando-o com recursos criminosos", disse Moro.
DELATORES
Foram condenados ainda o
ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, o executivo da Toyota Setal, Augusto
Camargo, o doleiro Alberto Youssef, o operador do esquema, Mario Goes, e o
lobista Julio Camargo, que foram delatores da Lava Jato.
Por terem colaborado com as
investigações, Moro concedeu benefícios aos delataores. Julio Camargo teve pena
reduzida de 12 para cinco anos em regime aberto. Augusto Mendonça, teve redução
de 16 anos de prisão para quatro, também em regime aberto.
Barusco e Goes cumprirão
prisão domiciliar com o uso de tornozeleira. O juiz Sergio Moro considerou o
fato de Barusco ter devolvido os US$ 98 milhões adquiridos no esquema. Paulo
Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, foi absolvido por
falta de provas.
JOSÉ SOBRINHO
Foi preso também José
Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix, em Florianópilos, acusado de
pagamento de propinas através de sua empreiteira à Eletronuclear e da usina Angra
3, entre os anos de 2011 e 2013. Ao todo, o valor pago chegou a 140 milhões.
NOVA FASE
Nesta segunda-feira também
teve início a nova fase da Operação. Denominada "Nessun Dorma" (Não
Durma, em italiano), ela conta com 35 Policiais Federais que cumprirão 11
mandados judiciais em Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo sete de
busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois
mandados de condução coercitiva.
Em entrevista coletiva, o
procurador regional da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse que os
casos investigados nas empresas estatais têm conexão entre si e surgiram ainda
no primeiro mandato do presidente Lula. “Não há a menor dúvida [do envolvimento
da] Casa Civil durante o governo de Lula”, afirmou Lima.
Ainda de acordo com o
procurador, as provas contam com a emissão de notas frias, que beneficiaram o
ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro da Silva, e financiaram campanhas
político partidárias. “Nossas investigações abrangem a Eletronuclear e Angra 3.
Não há relação direta com Petrobras, mas com compra de apoio político",
disse o procurador.
FONTE: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/ex-tesoureiro-do-pt-joao-vaccari-neto-e-condenado-a-15-anos-de-prisao-por-envolvimento-na-lava-jato/?cHash=417d60717d03ff1df33dad340b185d70
// (Foto: EBC)