A MAIOR FACÇÃO CRIMINOSA
DO PAÍS ESTÁ SE EXPANDINDO CADA VEZ MAIS, ABRANGENDO OUTROS PAÍSES
O poderio financeiro do
Primeiro Comando da Capital (PCC) reflete diretamente seu poderio geográfico. À
medida que as receitas da organização crescem, expandem-se também seus limites
territoriais.
Se, em 2013, após três anos
e meio de investigações, o Ministério Público Estadual (MPE) concluiu que a
facção se espalhava por 22 estados, Distrito Federal, Bolívia e Paraguai, hoje
o PCC se faz presente em todas as 27 unidades da federação e já tem bases
também na Argentina, no Peru, na Colômbia e na Venezuela.
Segundo o MPE, há evidências
nas investigações que mostram contatos diretos de integrantes do PCC com o
Exército do Povo Paraguaio (EPP), um grupo terrorista contrário ao governo
local, e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
"O foco está no tráfico
de drogas e armas com todos os países listados. Começamos a verificar, por
exemplo, o uso de fuzis argentinos no Brasil por parte de integrantes do PCC
recentemente", conta o promotor Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente.
No Brasil, a presença do
PCC, além de São Paulo, é mais forte em Mato Grosso do Sul e no Paraná, por
causa da fronteira com os países que têm bandos parceiros da facção.
Segundo investigações, aos
poucos, o grupo está deixando de lado os intermediários e assumindo a compra
direta de drogas. É o caso de Fabiano Alves de Souza, conhecido como Paca e
apontado como o único integrante da cúpula em liberdade.
Segundo a polícia, ele vive
no Paraguai e envia droga para o Brasil sob encomenda da facção. Paca estava
preso no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) até 2014, quando recebeu um
habeas corpus da Justiça. Sua prisão preventiva foi decretada pouco depois, mas
ele nunca mais foi encontrado.
Segundo o procurador de
Justiça Márcio Sérgio Christino, "eles [os integrantes do
PCC] conseguem ocupar uma região, um estado, um país, porque há espaço. Há
espaço porque conseguem fornecer drogas. É uma relação comercial", afirma.
Investigações do MPE, de
outubro de 2013, além do audacioso plano de execução do governador Geraldo
Alckmin (PSDB) - considerado pelos criminosos como o responsável pela
"opressão" à população carcerária -, revelaram a existência de uma
aliança entre o PCC e o Comando Vermelho (CV), organização do Rio. Em
território nacional, essa é a única facção que estabeleceu uma parceria com a
facção paulista.
Os bandidos, segundo as
investigações, trocavam informações sobre métodos de assaltos e sequestros e
também sobre como estabelecer o domínio dentro do sistema prisional. De acordo
com Christino, isso não acontece nos demais Estados.
"Tudo está baseado no
crescimento do tráfico de drogas. No Rio, as facções têm meios e infraestrutura
para fornecer e comprar drogas em um ritmo acelerado", explica.
Pelo restante do Brasil, o
PCC tem controle garantido sobre o crime organizado. Christino diz que um
revendedor de drogas cria vínculo com a facção e, desse modo, ganha projeção
dentro da própria estrutura do "partido". "A facção cresce nos
Estados que não têm a mesma estrutura de venda de drogas", diz o
procurador. "Nos demais Estados, o PCC supre essa falta de estrutura e
acaba cooptando os traficantes locais. Por isso, a facção cresce."
Em janeiro de 2015, a
polícia e o MPE descobriram contas na China e nos EUA que estariam sendo usadas
para lavagem de dinheiro. Entre 2013 e 2014, a suspeita é de que a facção possa
ter movimentado 100 milhões de reais - o valor é uma estimativa.
Segundo as investigações, o
PCC ainda não está familiarizado com a lavagem de dinheiro por meio de
offshores e prefere operar com dinheiro vivo. Para isso, a organização guarda
dinheiro em residências (enterrando em quintais, por exemplo) ou usa casas de
câmbio para transferir valores para a compra de drogas na Bolívia e no
Paraguai.
HISTÓRICO:
A trajetória de crescimento
do PCC vem de longa data: partiu de um presídio e atravessou fronteiras. O
bando que hoje domina o crime no Brasil e atua na América do Sul, Europa e
África foi fundado por apenas oito presos no Anexo da Casa de Custódia de
Taubaté, no Vale do Paraíba, em 31 de agosto de 1993. Idemir Carlos Ambrósio, o
Sombra, foi o primeiro líder da facção.
Foi Sombra quem comandou, em
fevereiro de 2001, a primeira megarrebelião de São Paulo, quando 29 presídios
foram tomados simultaneamente e dezesseis detentos morreram. Foi assassinado
cinco meses depois. Marcola assumiu o mais alto posto do PCC em novembro de
2002, de onde nunca mais saiu. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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Fonte: MSN - http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/pcc-tem-base-em-todos-os-estados-e-em-seis-pa%C3%ADses/ar-BBt4Lzz?li=AAggNbi
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