Diretor de centro de
pesquisa que está desenvolvendo uma vacina, Ricardo Palacios afirmou que a
população precisa ter 'expectativa correta' e que vacinas irão apenas controlar
a gravidade da doença
São
Paulo - As vacinas em desenvolvimento no mundo contra o novo coronavírus,
oficialmente denominado SARS-CoV-2, poderão conseguir controlar a doença
causada por ele, a covid-19. No entanto, nenhuma delas será capaz de acabar com
a circulação do coronavírus no planeta. A declaração é do médico Ricardo
Palacios, diretor de Pesquisa Clínica do Instituto Butantan, um dos centros de
pesquisa do mundo que participa do desenvolvimento de vacinas contra o vírus.
“Nós queremos gerar uma expectativa correta para a população. Nós não vamos
acabar com o coronavírus com uma vacina. Qualquer uma que seja a vacina. O
coronavírus veio e veio para ficar. Ele vai nos acompanhar. Durante todo o
tempo de nossas vidas, nós teremos coronavírus circulando”, disse hoje (2), em
um debate virtual promovido pela Agência Fapesp e o Canal Butantan.
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De acordo com o diretor, as vacinas que estão em desenvolvimento no mundo pretendem controlar a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. O pesquisador faz uma analogia entre a covid-19 (causada pelo coronavírus), e a gripe, causada pelo vírus influenza.
Pessoas vacinadas contra o vírus influenza podem chegar a desenvolver a gripe, mas, na maioria das vezes, a doença não se desenvolve de forma grave, que poderia levar à morte. Segundo ele, o mesmo deverá ocorrer com as vacinas contra o novo coronavírus. Elas serão pouco eficientes em impedir a infecção das pessoas com o novo coronavírus, mas deverão proteger as pessoas de desenvolver a covid-19 em sua forma grave.
Pessoas vacinadas contra o vírus influenza podem chegar a desenvolver a gripe, mas, na maioria das vezes, a doença não se desenvolve de forma grave, que poderia levar à morte. Segundo ele, o mesmo deverá ocorrer com as vacinas contra o novo coronavírus. Elas serão pouco eficientes em impedir a infecção das pessoas com o novo coronavírus, mas deverão proteger as pessoas de desenvolver a covid-19 em sua forma grave.
“O vírus influenza não desapareceu e segue conosco. Seguirá, talvez, durante toda a nossa vida. Mas a gente tem uma doença [a gripe] controlável. A maior parte das pessoas vacinadas consegue controlar a doença. Se chegar a se infectar, não terá uma doença grave, não morrerá dessa doença”, explicou.
Segundo Palacios, o objetivo de todas as vacina é proteger contra a doença e não contra a infecção. “Proteger contra a infecção é uma coisa a mais que, eventualmente, pode acontecer e até pode acontecer por um tempo limitado”, disse.
Segundo Palacios, o objetivo de todas as vacina é proteger contra a doença e não contra a infecção. “Proteger contra a infecção é uma coisa a mais que, eventualmente, pode acontecer e até pode acontecer por um tempo limitado”, disse.
O Instituto Butantan, na capital paulista, é um dos centros do mundo que participa das pesquisas de construção de uma vacina contra o novo coronavírus. O instituto firmou uma parceria, no dia 10, com o laboratório chinês Sinovac Biotech, que possuiu uma vacina em fase avançada de desenvolvimento, a Coronavac – que utiliza o coronavírus inativado para estimular uma resposta imunológica do organismo.
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