Imagem: @Marcelo SeabraAg.Pará - Profissionais de saúde do Pará recebem pacientes do Amazonas para levá-los a leitos de UTI |
Um boletim
extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz), divulgado nessa 3ª feira (23.mar.2021), diz que o colapso do sistema de
saúde em praticamente todo o país torna o coronavírus ainda mais mortal. A
instituição pede aos Estados medidas imediatas de lockdown.
Eis
a íntegra (10,9 MB) do boletim:
O
documento indica que houve 73.000 casos de covid-19 e cerca de 2.000 mortes por
dia na última semana epidemiológica analisada (de 14 a 20 de março).
O
número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia, e o número de mortes, em 3,2%
ao dia.
A
mortalidade passou de cerca de 2% no fim do ano passado para 3,1% em março de
2021.
A
fundação pede que os Estados adotem imediatamente medidas restritivas por pelo
menos 14 dias para evitar novos casos e aliviar a pressão sobre os hospitais.
“A
continuidade dos cenários em que temos o crescimento de todos os indicadores
para covid-19, como transmissão, casos, óbitos e taxas de ocupação de leitos de
UTI resulta em colapso que afeta todo o sistema de saúde no país e no aumento
das mortes por desassistência. Trata-se de um cenário que não é só de uma crise
sanitária, mas também humanitária, se considerarmos todos os seus aspectos”.
A
restrição imediata das atividades consideradas não essenciais por 14 dias,
segundo o boletim, traria redução de cerca de 40% das transmissões da doença.
Em
todos os Estados, exceto Roraima e Amazonas, que estão em situação de alerta
intermediário, o sistema de saúde está em situação crítica.
Os
cientistas alertam para a piora na Região Sudeste. Na última semana, a ocupação
de leitos de UTI para adultos com covid-19 em Minas Gerais subiu de 85% para
93%. No Espírito Santo, de 89% para 94%. No Rio de Janeiro, passou de 79% para
85%. E em São Paulo, foi de 89% para 92%.
Nas
regiões Sul e Centro-Oeste, a taxa de ocupação de leitos de UTI ficou igual ou
superior a 96%.
No
Nordeste, os Estados do Ceará e de Pernambuco apresentam ocupação mais alta
(97%). Rio Grande do Norte e Piauí chegaram a 96%.
“Este
colapso não foi produzido em março de 2021, mas ao longo de vários meses,
refletindo os modos de organização para o enfrentamento da pandemia no país,
nos Estados e nos municípios”, aponta o observatório.
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— Miro Ramos (@MiroRamos7) January 15, 2021
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