Cientificamente, a rouquidão é uma
alteração na voz que a deixa mais fraca ou diferente da normal. Ficar rouco por
conta de uma gripe ou resfriado, por falar demais e em volume elevado, ou
depois de acompanhar um show de música ou jogo de futebol é uma situação
bastante normal e passageira. Com a intensa mudança climática da primavera para
o verão, em meio a uma Copa do Mundo, e com a aproximação das confraternizações
de final de ano, a rouquidão merece atenção se for prolongada, pois pode estar
associada a algumas doenças e exigir tratamento especializado.
De acordo com a
otorrinolaringologista Flávia Lôbo, da Otorrino Center, empresa que integra o
Grupo H+Brasil, uma das maiores holdings de saúde do país na área de
multiespecialidades, existem inúmeras causas para a rouquidão. Dentre as mais
comuns, estão as infecções de vias aéreas superiores (como gripe e resfriado
comum) e o refluxo laringofaríngeo. Lesões benignas das cordas vocais - tais
quais nódulos, pólipos e cistos -, doenças neurológicas, tumores benignos (como
o papiloma) e malignos também configuram possíveis origens para a
rouquidão.
“Uma das causas frequentes de rouquidão
é o refluxo laringofaríngeo e o seu tratamento envolve cuidados com dieta, com
alguns hábitos, além do uso de certos medicamentos quando necessário”, afirma a
médica.
De todo modo, é importante procurar
um especialista se a rouquidão persistir por mais de três semanas e na presença
de sintomas associados, como engasgos, perda de peso, entre outros.
Existem algumas dicas simples para
tratar a rouquidão como, por exemplo, hidratar-se bastante, evitar gritar ou
sussurrar, repousar a voz, não consumir alimentos e líquidos muito quentes ou
muito gelados, assim como bebidas com cafeína.
Pós-Covid
Após aproximadamente três anos de
pandemia, quase 700 mil brasileiros já morreram em decorrência da Covid-19 e
uma parte dos que sobreviveram à doença vêm relatando sequelas diversas, a
exemplo de rouquidão, cansaço ao falar, pigarro e voz soprosa. Para a otorrinolaringologista,
essas características são ainda mais comuns em pacientes que passaram por
intubação orotraqueal por tempo prolongado.
No período pós-Covid, o sintoma
mais prevalente e que tem gerado muito incômodo nos pacientes é a tosse
persistente. Além dela, a rouquidão também tem sido uma queixa no consultório
e, apesar de não muito frequente, pode acontecer também em quem desenvolveu a
doença de forma branda.
Para quem apresentar esses sintomas
por mais de 15 dias após a recuperação da Covid-19, a especialista alerta:
“Busque um otorrinolaringologista para avaliação do seu caso e melhor condução
do tratamento”.
Por Lume Comunicação