Entenda como ocorrem as
execuções por fuzilamento na indonésia
Você deve estar
acompanhando as notícias a respeito do fuzilamento na Indonésia de nove
prisioneiros, dos quais um era o brasileiro Rodrigo Gularte, condenado por
tráfico de drogas em 2005. O caso de Gularte gerou uma enorme comoção e muita
polêmica e, infelizmente, os apelos desesperados de amigos e familiares não
salvaram o paranaense da morte. No entanto, você sabe como exatamente ocorrem
as execuções por fuzilamento.
Notificação
Na Indonésia, as
execuções de condenados ocorrem em Nusa Kambangan, uma ilha localizada na
província de Java Central onde foi construída uma prisão de segurança máxima na
década de 20 a mando do governo colonial da Holanda. As autoridades devem
anunciar a execução com no mínimo 72 horas de antecedência, e uma vez
notificados, os prisioneiros são levados para celas de isolamento. No caso de
estrangeiros, os governos também são informados.
Então, uma hora antes
da execução, equipes compostas por 12 policiais especializados se apresentam na
prisão. Elas tomam suas posições — entre cinco e 10 metros de distância do
local no qual cada condenado será posicionado — e preparam seus fuzis M16.
Entretanto, um
comandante — que não participará da execução — carrega todas as armas com
apenas uma bala, e somente três dos fuzis recebem munição de verdade, e essa
prática serve para evitar que o policial que disparou o tiro letal seja
identificado. Além disso, todos os prisioneiros devem ser executados
simultaneamente, mas por diferentes pelotões de fuzilamento.
Momentos finais
Os prisioneiros são
levados até um local aberto da prisão, onde as mãos e os pés são amarrados.
Então, eles são colocados diante de postes individuais e podem escolher se
preferem permanecer sentados, ajoelhados ou de pé no momento da execução. Os
condenados ainda podem usar uma venda nos olhos se desejarem.
Depois, o comandante
faz uma marca nas roupas dos condenados na altura do coração, e eles têm
direito a passar três minutos ao lado de um conselheiro religioso se quiserem.
Em seguida, o comandante saca uma espada, e abaixa a arma, os pelotões abrem
fogo. Sempre há um médico presente durante as execuções e, caso ele constate
que algum dos condenados sobreviveu, então um soldado deve atirar na cabeça do
réu com uma pistola.
Dilema
De acordo com um
policial que fez parte de outros pelotões de fuzilamento na Indonésia, puxar o
gatilho é a parte mais fácil da execução. Segundo disse, além dos 12 oficiais
que farão os disparos, existe um segundo grupo que fica encarregado de conduzir
e preparar os condenados, e esses sim ficam com a pior parte do trabalho.
Afinal, são eles os
responsáveis por acompanhar os condenados e amarrar seus braços e pés — e esses
momentos finais, nos quais inevitavelmente ocorre uma aproximação, o toque
humano, um último olhar antes da morte, é brutalmente íntimo e assustador.
Por outro lado,
segundo os policiais que disparam os tiros, suas tarefas envolvem ficar em
posição, empunhar seus fuzis e puxar o gatilho. Uma vez isso é feito, eles
aguardam cerca de 10 minutos, e se o médico presente constata que todos os
condenados faleceram, a execução é dada por finalizada. Curiosamente, os
policiais que disparam os tiros recebem até US$ 100 a mais do que os outros por
suas tarefas.
Mais tarde, os
oficiais que participam dos fuzilamentos recebem assistência psicológica e
espiritual durante três dias, e existe um limite máximo de execuções das quais
eles podem participar. Com respeito aos executados, seus corpos são
transportados até um local onde são lavados e tratados de acordo com suas
tradições religiosas.
A pena de morte na
Indonésia somente é executada por fuzilamento, sendo aplicada em casos de
assassinatos ou outros crimes que resultem em morte, envolvimento com
terrorismo, roubo, tráfico ou posse de drogas, espionagem, crimes militares e
de guerra, traição nacional e corrupção.
FONTE(S) CNN/ Hilary Whiteman e Mariano Castillo The Guardian/Kate Lamb The Sydney Morning Herald/Lucy Cormack Death Penalty Worldwide Agence France-Presse /Mega curioso/ Imagens Deviant Art/Richard 9311 Life is Hot The Huffington Post Gustafson Nicolai
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1 Comentários
Se no Brasil fosse assim, não existiriam corruptos
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