Meninas foram encaminhadas
para Goiânia; caso é raro
Uma mulher de 35
anos deu à luz a gêmeas siamesas unidas pelo abdômen nesta
quinta-feira (15), em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo da Bahia. Liliane
Silva dos Santos, que estava com 36 semanas de gestação, viajava
para Salvador para uma consulta médica quando a bolsa rompeu.
Ela e as filhas, batizadas de Laura e Laís, passam bem.
O nascimento de
gêmeos siameses é um evento raro em todo o mundo. No Brasil, se registra um
caso para cada 150 mil nascidos vivos. De acordo com o Ministério da Saúde, em
2018 houve 43 nascimentos deste tipo. A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab)
não soube informar quantos casos ocorreram no estado.
As gêmeas nasceram
no Hospital Maternidade Luiz Argolo, mantido pela Santa Casa de Misericórdia de
Santo Antônio de Jesus, e estão com os batimentos cardíacos e respiração
normais. Elas, que juntas pesam 3,798 kg, nasceram de parto cesáreo que
durou cerca de uma hora, tempo considerado normal pela equipe médica. A mãe das
bebês já sabia da condição delas desde o quarto mês de gravidez.
Laura e
Laís compartilham o intestino delgado e grosso, a bacia e o sistema
urinário, e possuem uma anomalia no reto (há apenas um ânus). Em 101 anos de
existência, esse foi o primeiro parto de gêmeos siameses na unidade hospitalar,
que ocorreu às 9h48 de quinta-feira. A mãe delas é de Piraí do Norte, no Baixo
Sul da Bahia.
Na madrugada desta
sexta-feira (16), as irmãs foram transferidas para Feira de Santana e, depois,
embarcadas em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o Hospital Estadual
Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia (GO), referência
nacional nesse tipo de procedimento.
Cirurgia
Ao CORREIO, o médico cirurgião pediátrico Zacharias Calil, de
reconhecimento internacional no assunto, garantiu que as gêmeas poderão passar
pela cirurgia de separação, mas precisarão esperar no mínimo, um ano
para que isso aconteça.
Segundo o
especialista, a demora para realizar a cirurgia se explica porque “é
uma patologia muito complexa, sobretudo por conta da parte da bacia”. Nesse tipo
de cirurgia, segundo ele, “não tem pele suficiente para fechar após a
separação, sendo necessário colocar expansores de silicone para criar pele”.
Ainda segundo
Calil, casos de gêmeos siameses ligados pelo abdômen são ainda mais raros:
ocorrem em apenas 6% dos nascimentos do tipo. Em Goiânia, Laura e Laís estão
sendo acompanhadas por uma tia, com quem o CORREIO não conseguiu contato.
Através de
um comunicado, a direção do HMI informou que as gêmeas estão internadas na
Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin). “Estão em estado estável e
vão começar uma dieta via oral. Ainda não tem a data da cirurgia”, informa.
O HMI, unidade
hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), é referência em separação de gêmeos
siameses. Já foram registrados 39 nascimentos do tipo, com 18 separações.
A primeira acorreu
em 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela
pelve. A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um
em cada cinco sobrevive à cirurgia. No HMI, esse índice chega a 50%, segundo a
direção do hospital.
VEJA OUTRAS MATÉRIAS INTERESSANTES NO RODAPÉ
Retirada do útero
A mãe das gêmeas também precisou de cirurgia após o parto. Liliane
teve uma hemorragia em decorrência de o útero não ter contraído. “A
contração é o que faz com que cesse o sangramento depois do parto. Como isso
não ocorreu, tivemos de retirar o útero totalmente”, disse a médica Jussara
Argolo Guilhard, diretora médica da Santa Casa de Misericórdia de Santo Antônio
de Jesus.
A mãe das meninas
segue internada e deve receber alta do Hospital Maternidade Luiz Argolo neste
sábado (17), segundo Jussara. O médico Caio Nogueira Lessa, presidente da
Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba), disse que o
procedimento realizado em Liliane é comum e geralmente é feito para proteger as
pacientes.
“Quando ocorre a
contração uterina após o parto, a própria musculatura do útero faz com que os
vasos sanguíneos sejam bloqueados e o sangramento controlado. Se isso não
ocorre, faz-se massagem uterina e medicamento para ajudar o útero a contrair, mas
se não tem resposta, faz a retirada do útero para proteger a mãe. A retirada é
uma medida extrema, que pode ser parcial ou total”, explicou Lessa.
Durante a gravidez,
Liliane estava sendo acompanhada no Hospital Roberto Santos, em Salvador, onde
teria atendimento antes da bolsa romper.
Antes de chegar a
Santo Antônio de Jesus, de acordo com a Santa Casa de Misericórdia, Liliane
passou por dois hospitais do Baixo Sul, que teriam se negado a fazer o
parto por não oferecer suporte necessário para esse tipo de procedimento. A
direção da Santa Casa não citou quais hospitais seriam esses.
PUBLICIDADE:
VOCÊ TAMBÉM PODERÁ GOSTAR DAS MATÉRIAS
ABAIXO:
Vídeo insano mostra médicos retirando um amortecedor de moto do ânus de um rapaz
Clique:Vídeo – Jovem foi brincar com cobra coral, foi picado e morreu
Imagens fortes - Vídeo mostra idoso com ferida cheia de bichos
Vídeo mostra PM atirando contra a própria cabeça
Vídeo forte: Chacina com 11 mortes em Belém
Clique:Vídeo – Jovem foi brincar com cobra coral, foi picado e morreu
Imagens fortes - Vídeo mostra idoso com ferida cheia de bichos
Vídeo mostra PM atirando contra a própria cabeça
Vídeo forte: Chacina com 11 mortes em Belém
0 Comentários